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Toyotismo e Volvismo:

No século XX o Taylorismo e o Fordismo surgiram no cenário industrial mundial trazendo mudanças na forma de enxergar a produção, visando à maximização desta e dos lucros. Diferentemente do mercado americano e europeu, o mercado japonês não se encaixava nessas teorias. Assim, surgiu o Toyotismo, uma nova ideia de produção criada por Taiichi Ohno e implantada após a Segunda Guerra Mundial nas fábricas de automóveis da Toyota. Além do mercado desfavorável aos modelos, adotados na Europa e na América, o Japão apresentava um menor mercado consumidor, e também não possuía grandes qualidades para a produção em massa, como a viabilização fácil de matéria prima e mão de obra. A teoria de Taiichi Ohno encaixou-se na realidade econômica do país, e após a crise do petróleo, encaixou-se a toda a economia mundial.

Foi devido à crise do petróleo na década de 70 que se consolidou essa ideia de produção, apesar de seu legitima criação ter sido feita na década de 40, onde era aplicada apenas em âmbito nacional, na fabrica da Toyota.
O Toyotismo tinha como elemento principal a flexibilização da produção, ou seja, só se produzia o necessário, reduzindo os estoques. Essa flexibilização permitia a produção de acordo com a demanda, baseado na teoria “Just in Time”. Dessa forma, pretendia-se que a qualidade dos produtos fosse a maior possível, que é uma característica marcante desse modelo japonês, a busca da máxima qualidade. 

Conforme afirma Coriat, (1994), o Toyotismo é constituído por um complexo de regras, valores e dispositivos organizacionais, tais como o “trabalho em equipe” (team), programa de gerenciamento pela qualidade total, just-in-time, a terceirização e as novas formas de pagamentos capazes de promover a disputa no trabalho. 
Outra mudança observada no cenário industrial foi à busca por trabalhadores qualificados, participativos e polivalentes, que trabalhariam em mais de uma função, diferentemente dos trabalhadores dos modelos anteriores que eram submetidos a movimentos específicos. Porém havia da mesma forma uma desvalorização do trabalhador, devido ao aumento da concorrência entre eles, que disputavam melhores índices produtivos. Conforme afirma PACIEVITCH (2008):
Tais disputas sacrificam cada vez mais o trabalhador, e tem como consequência, além do aumento da produtividade, o aumento do desemprego. Em suma, a lógica do mercado continua sendo a mesma: aumentar a exploração de mais-valia do trabalhador.

Comprovando que foi uma mudança no modelo e objetivos, e não efetivamente na relação trabalhadores e produção. Na teoria Volvista, criada na década em 60por Emti Chavanmco, na fabrica da Volvo na Suécia, buscava a harmonia entra a estruturação da produção, a tecnologia e a participação humana criativa e coletiva. O próprio criador descreva essa teoria com uma metáfora, dizendo que há uma semelhança com o cérebro, pois, faz de tudo em toda parte, cria a conectividade, a especialização e a auto-organização. A teoria volvista tinha a ideia de execução manual de produção. Por isso, havia um enorme investimento no trabalhador em aperfeiçoamento, além da participação deste em todas as etapas de produção. Com isso, valoriza-se a criatividade e o trabalho coletivo, além de manter um bem estar nas relações internas da empresa e prezando pela saúde física e mental do trabalhador. 

No Volvismo, o trabalhador é quem “manda” nas máquinas, ele conhece todas as etapas da produção, é constantemente reciclado e participa das decisões do processo de montagem e da planta da fabrica através dos sindicatos. O Volvismo deu inicio a “socialização da cadeia de trabalho”, pois pregava à justiça e a parceria social, associando à melhoria da produção a igualdade social dos produtores, trabalhadores, que tinham maior participação no projeto do inicio ao fim. 
Segundo afirmam Oderich e Techemayer (2010) comprovando as características do volvismo: 
Os pontos mais importantes são os seguintes: flexibilização funcional (alto grau de automação e informatização), gerando uma produção diversificadade qualidade; internacionalização da produção e a democratização da vida no trabalho (representada pelo baixo ruído, ergonomia, ar respirável, luz natural, boas condições de trabalho); treinamento intensivo, tendo 4 meses de treinamento inicial mais 3 períodos de aperfeiçoamento, ao final de 17 meses um operário estaria apto a montar totalmente um automóvel; produção manual e alto grau de automação; flexibilidade de produto e processo; possibilitou a redução da intensidade do capital investido; aumento de produtividade, redução de custos e produtos de maior qualidade.
Mostrando o ideal da teoria; a flexibilidade de produção e do trabalhador. Que está presente até hoje. As empresas passarem a buscar empregados flexíveis, qualificados, capazes de tomar decisões e impulsionar a empresa, e não apenas a fazer suas ações especificas e sucessivas. 

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