Os sistemas de produção referem-se ao modo como
empresas e fábricas adotam estratégias para aumentar os lucros.
Os
sistemas de produção de bens, serviços e mercadorias interferem na vida em sociedade.
Os sistemas de produção, ou modalidades produtivas,
são estratégias tomadas no âmbito da administração de empresas para organizar a produção ou
prestação de serviços. A aplicação de um modelo ou outro em massa pela
sociedade resulta em efeitos diretamente sentidos na economia, na sociedade e
também no espaço geográfico.
Os principais tipos de produção, que se aplicaram completamente nas cadeias
produtivas industriais, mas que podem ser vistos em outras esferas da economia
(e até fora dela), são: taylorismo, fordismo e toyotismo.
Taylorismo: também conhecido como Administração Científica, o Taylorismo é um sistema de
administração de empresas muito aplicado à indústria e que foi elaborado por
Frederick W. Taylor (1856-1915). As premissas desse sistema são: a máxima
produtividade através de padrões repetitivos dos trabalhadores e das máquinas,
uma ampla divisão de
tarefas, funções repetitivas e otimização do trabalho para a aplicação de um
sistema de produção em massa.
Fordismo: elaborado por Henry Ford (1863-1947), é frequentemente entendido como uma
aplicação do Taylorismo ao sistema de produção fabril das empresas Ford. Apesar
de manter as premissas de Taylor para a produção em massa — esforço repetitivo,
distribuição de tarefas e alienação do trabalho —, o Fordismo apresentava as
suas especificidades. A principal delas foi a inserção da esteira na cadeia
produtiva, permitindo com que o produto em fase de confecção chegasse mais
rapidamente ao trabalhador, possibilitando o aumento da produtividade. As chamadas
“linhas de montagem” são a principal herança do fordismo nos dias atuais.
Com a difusão dos sistemas de produção em massa,
sobretudo no início do século XX, a sociedade industrial passou a acumular uma grande quantidade
de produtos em seus estoques, com a intenção de que as mercadorias ficassem
mais baratas e, assim, mais acessíveis. Por outro lado, essa produção
fordista/taylorista foi um dos fatores que desencadearam a crise econômica que
culminou na quebra da
Bolsa de Nova York em 1929, que foi notadamente uma crise de superprodução.
Toyotismo: também
chamado de sistema de produção flexível, o toyotismo
foi criado na década de 1970 por Taiichi Ohno (1912) e Eiji Toyoda (1913-2013)
e diretamente aplicado nas linhas de produção da Toyota. Diante do panorama da crise do petróleo de 1970, das
peculiaridades da economia japonesa e das limitações do fordismo, o toyotismo
foi elaborado com base nas seguintes premissas: a) produção flexível e não mais
em massa, mas variando de acordo com a procura; b) maior rapidez no processo
produtivo (just in time); c) o mesmo
trabalhador realiza múltiplas funções; d) não necessidade de estocagem; e)
produtos não necessariamente padronizados.
No toyotismo, ocorreu uma flexibilização do trabalho.
No toyotismo, ocorreu uma flexibilização do trabalho.
Com o avanço do toyotismo pelo mundo ao final do
século XX e o fortalecimento do sistema neoliberal, houve diretas consequências,
como a desregulamentação progressiva do trabalho, o enfraquecimento dos
sindicatos, a tecnologização da produção e o consequente deslocamento dos
trabalhadores para o setor terciário. Como podemos notar, as diferentes
estratégias de produção reverberam em transformações fortemente sentidas pelas
sociedades, sobretudo no que diz respeito aos padrões de consumo e de trabalho.
Com isso, nota-se que compreender esses sistemas de produção é também conhecer
melhor alguns dos aspectos que produzem e transformam as relações sociais e a dinâmica do
espaço geográfico econômico.
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