Resistência ao Choque ou Impacto
Quando compramos um veículo, uma peça de uma bicicleta, ou algum tipo de
material que seja submetido a algum tipo de trabalho onde esteja em constante
atrito com outro material ou peça, o mesmo deve ser submetido ao ensaio de RESISTÊNCIA AO CHOQUE OU IMPACTO a fim
de verificar a capacidade que um material tem de resistir à uma colisão.
Porém precisamos entender o conceito de choque ou impacto para fixar com
mais clareza o conteúdo que estamos tratando.
Do latim tardio impactus, o impacto é um
esforço de natureza dinâmica, é o choque de um objeto contra algo. Essa Colisão pode
acontecer entre dois ou mais corpos é efeito de uma ação, metido à força,
impelido, arremessado.
Durante um ensaio de impacto, podem produzir fraturas dúcteis ou frágeis.
Onde as
fraturas frágeis têm aspecto cristalino e as fraturas dúcteis têm aparência fibrosa.
O
QUE UM MATERIAL PRECISA PARA RESISTIR AO IMPACTO? (Propriedades)
Um material para ser utilizado em eixos de máquinas ou bielas, por
exemplo, tem que absorver energia e dissipá-la para que a ruptura não aconteça,
ou seja, o material tem que ter tenacidade.
A capacidade de um determinado material de absorver energia do impacto
está ligada à sua tenacidade, que por sua vez, está relacionada com sua
resistência e ductilidade.
A tenacidade nada mais é que a energia mecânica, é uma medida de quantidade de energia que um
material pode absorver antes de fraturar, ou seja, é a
propriedade do metal de resistir à ruptura apresentando deformação permanente e
está relacionada à fase plástica do ensaio de tração e por conta disso as ligas
metálicas dúcteis são usadas para fabricação de eixos, por exemplo.
Tal energia pode ser calculada através da
área num gráfico Tensão - Deformação do material, portanto
basta integrar a curva que define o
material, da origem até a ruptura.
POR
QUE UM MATERIAL TENAZ (DÚCTIL) SE ROMPE?
Dependendo da aplicação, o
material dúctil pode se romper de forma frágil, isto é, sem deformação plástica.
Para isso ele precisa estar submetido a algumas condições especiais como:
Alta
velocidade de aplicação da carga sobre o material.
O
material tem que ter um entalhe (trinca) - a existência de uma trinca altera todo
o comportamento do material.
A
temperatura material tem que ser muito baixa – A energia absorvida por um corpo
de prova varia muito por causa da temperatura do ensaio.
ENSAIOS
DE IMPACTO
O ensaio de impacto é um dos
ensaios que nos permite estudar os efeitos das cargas dinâmicas.
Estas cargas
dinâmicas indicam efeitos dinâmicos significativos. Os exemplos incluem cargas
do impacto, ondas, gusts do vento e terremotos fortes. Por causa da
complexidade da análise, as cargas dinâmicas são tratadas normalmente usando
estaticamente cargas equivalentes para o projeto rotineiro de estruturas
comuns. Através
dos ensaios de impacto dá também para medir a tendência de um material de se
comportar de maneira frágil, o impacto representa um esforço de natureza
dinâmica porque a carga é aplicada brusca e rapidamente, a força somada a
velocidade com que ela é aplicada gera a energia de ensaio.
EXEMPLO
DE ENSAIO DE IMPACTO EM METAIS
No ensaio de impacto um
esforço de choque de valor conhecido é aplicado sobre uma amostra do material
para que seja medida a quantidade de energia.
O método mais usado para
ensaiar metais é o golpe desferido por um peso em oscilação, o pêndulo do
martelo pendular é levado a uma certa posição e adquire uma energia inicial,
quando cai ele encontra no seu percurso o corpo de prova, que se rompe, a
trajetória do pêndulo continua até certa altura que corresponde à posição
final, nesta posição ele adquire uma energia final.
No ensaio de impacto, a
diferença entre as energias inicial e final corresponde a energia absorvida
pelo material. De acordo com o sistema internacional de unidades, SI, a unidade
de energia adotada é o joule, se a máquina for antiga a unidade de energia
poderá ser apresentada e quilogrâmetro (Kgf.m).
CORPOS
DE PROVA
Em um ensaio de impacto são
utilizadas duas classes de corpos de prova com entalhe que seguem as normas de
especificação internacionais, baseado na norma americana E-23 da ASMT:
·
Charpy (Comum nos EUA)
·
Izod (Comum na Europa)
·
Charpy:
Os corpos de prova, Charpy,
estão divididos em três subtipos de acordo com a forma de entalhe: A, B e C
Vale lembrar que as diferentes
formas de entalhe são necessárias para assegurar que sempre aconteça a ruptura
do corpo de prova, mesmo nas matérias mais dúcteis.
Porque
existem tantos corpos de provas diferentes?
O motivo é que: se a queda do
martelo não provocar a ruptura de um corpo de prova, o ensaio terá que ser
repetido com outro tipo de corpo de prova, que é o tipo C, pois este apresenta
uma área de maior entalhe.
Izod:
O corpo de prova Izod tem a
mesma forma de entalhe do Charpy, tipo A, mas o entalhe não está centralizado
no corpo. Ele tem um comprimento maior porque fica engastado na máquina, ao
contrário do Charpy que fica apoiado. Se os corpo de prova forem de ferro
fundido e de ferro fundido sobre pressão, eles não terão entalhe.
Qual a
diferença entre os ensaios Charpy e Izod?
Os ensaios Charpy e Izod são
praticamente iguais, única diferença é que no ensaio Charpy o golpe é desferido
na face oposta ao entalhe e no ensaio Izod o golpe é desferido no mesmo lado do
entalhe.
OBS: Vale
lembrar que o ensaio de impacto não fornece um valor quantitativo da tenacidade
do metal, porque as dimensões do corpo de prova, a forma e o tamanho do entalhe
utilizado determinam um estado de tensão que não é distribuído de modo uniforme
pelo ensaio. Para se chegar a conclusões confiáveis a respeito do material
ensaiado é recomendável fazer o ensaio em pelo menos três corpos de prova.
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